Com
a participação de representantes dos Municípios de Cabedelo, João Pessoa, Lucena
e Bayeux, a Rede SOS Mulher aprovou ontem durante o Hexa Evento dos Movimentos
e Populares do Município de Cabedelo a o Manifesto do Km zero, ou a Carta de
Cabedelo e escolheu uma comissão para entregar a carta manifesto aos três
Poderes e visitar a Frente Parlamentar da Mulher da Assembléia Legislativa do
Estado da Paraíba e os Movimentos 8 de Março e o Coletivo Cunhã objetivando a
realização de um Fórum Metropolitano da Mulher durante a semana que
“comemora-se” o Dia Internacional da Mulher. Vejamos na integra a Carta de
Cabedelo:
. A CARTA DE CABEDELO
Manifesto
do Km Zero
As signatárias que fazem parte da articulação da Rede SOS
Mulher, movimento suprapartidário, eclético e ecumênico, que tem como objetivo principal
a melhoria da qualidade de vida da mulher paraibana e em particular a
cabedelense, o que significa: respeito, trabalho, renda e dignidade vêm
ratificar seu compromisso em defesa dos direitos das mulheres neste momento
histórico, e anunciar ações especificas a ser realizadas por esta articulação
na forma institucional objetivando contribuir para com a consolidação dos
nossos propósitos.
Como todos sabem,
“o silêncio é cúmplice da violência e pai da impunidade”. Diante desta
afirmativa é fundamental que toda sociedade cabedelense e paraibana em
consonância com as mulheres de todo o mundo denunciem a violência contra as
mulheres, em um só grito, que para nós acontecerá em ato público durante a
realização do Fórum Metropolitano da Mulher a ser realizado durante
a semana que “comemora-se” o Dia Internacional da Mulher.
Para entender a problemática da violência contra a mulher,
o IPOP – Instituto de Pesquisa de Opinião Publica por encomenda da Rede SOS
Mulher e com apoio da Agencia de Desenvolvimento Sustentável da Paraíba –
ADESPB, realizou pesquisas (2011/2012) em onze municípios, inclusive, João
Pessoa, Cabedelo, Bayeux e Lucena os dados são alarmantes:
- Só 59% ouviram falar da Lei Maria da Penha, mas apenas
8% sabem seu conteúdo e ainda o mais grave quando se escuta a o Município de
Cabedelo e Lucena, já que, apenas 47% e 39% respectivamente reconheciam e 2% e 1,5
afirmaram conhecer seu conteúdo.
- 48% dos entrevistados declararam ter conhecimento de
alguma mulher que já sofreu agressão. Porém, só 10,% afirmaram que acreditam
que os agressores sejam punidos, até porque são na sua grande maioria da
família.
De fato existiram conquistas nos últimos anos, fruto de ações conjuntas
da sociedade civil organizada. O maior exemplo do que citamos acima é a Lei
Maria da Penha que indiscutivelmente é a mais importante conquista, após, o
direito de votar e de ser votada da mulher brasileira, no entanto, para que
seja aplicada precisa de vários instrumentos.
Precisamos e já!
1.0 - De Casas de Abrigo, Centros de Referência
(atenção social, psicológica e orientação jurídica), Delegacias Especializadas
de Atendimento à Mulher, Juizados Especializadas, Varas Adaptadas, Defensorias
e Promotorias Especializadas, Serviços de Responsabilização e Educação do
Agressor, e as Secretarias Municipais de Políticas Publicas Para Mulheres,
integradas às já existentes, em nível estadual e nacional desenvolvendo em
conjunto com a sociedade civil organizada, políticas públicas que permitam o
fim de quaisquer formas de discriminação contra mulher.
2.0 - De programas culturais, sociais, financeiros e
econômicos que invistam desde a melhoria da auto-estima da mulher, até
produção, individual, ou coletiva (urbana e rural), principalmente para as
famílias que a mantenedora é a mulher (viúva, separada, e ou deixada pelo homem
que teve que viajar para o sul em busca da sobrevivência) e vai somar a outros
milhares na construção de bolsões de miséria.
Cabedelo, 19 de Janeiro de 2014
Comissão Pró Fórum Metropolitano da Mulher
Nenhum comentário:
Postar um comentário